quinta-feira, 1 de março de 2012

MOTOR CITY FIVE - MÁQUINAS MORTÍFERAS DO ROCK


De uma cidade universitária próxima a Detroit, 1964, apareceu o Motor City Five, nome que homenageava a indústria do automóvel, muito forte naquela cidade. E os Stooges despontariam na mesma época. Apesar de carreiras efêmeras, estas bandas tiveram muito em comum, dividindo inclusive a aparelhagem de som no início, mas seria o MC5 que descolaria os tímpanos dos ouvidos do pessoal de Detroit.

Enquanto os hippies pregavam a paz e o amor de uma forma doce, eles apareceram na outra ponta dos E.U.A. esfregando suas idéias de sexo nas ruas, drogas e igualdade social. Profetizaram a era punk rock. Cuspiram fogo e incendiaram o palco com suas guitarras cruas e e soltaram o berreiro contra o sistema bem antes de aparecer o Sex Pistols. Foram influência para bandas desde New York Dolls até Sonic Youth (Fred Sonic Smith inspirou o nome), Monster Magnet ou os Hellacopters por conta dos seus ruídos ensurdecedores.

Naturalmente o MC5 buscou suas inspirações nos segregados da época - atividade política em alta, James Brown, Albert Ayler com seu free jazz revolucionário e John Coltrane tocaram muito na vitrola do MC5 e causaram inspiração para muita revolta que foi despejada em braseiro nas guitarras e urros dissonantes.

Formada por Wayne Kramer, Rob Tyner, Bob Gaspar, Pat Burrows e Fred Sonic Smith, eles deram o start de três acordes básicos no rock cru e cheio de intenções políticas bem no meio da era dos hippies, power-flowers e afins. Um pequeno selo - Detroit AMG Records - resolveu gravar um cover do grupo Them, de Van Morrison, a música I can only give you everything, juntamente com Just one of the guys.

Impopularidade, caos e destruição acompanharam a trajetória da banda com o lançamento do seu primeiro disco " Kick Out The Jams". (1969) "Kick out the jams, motherfuckers" - ainda era uma expressão nada usada na boca de vocalistas de forma tão escancarada e hoje uma expressão cantada naturalmente por bandas de heavy metal e gangsta-rap. Gravado o mais cru possível na forma de captação pois a gravadora - Elektra - não acreditava que este disco fosse fazer algum sucesso.

E colocaram a palavra motherfucker para sempre nas boca dos MC´s do rap e contruíram uma curta temporada regada a prisões, movimentos estudantis, drogas e mortes prematuras.Este disco foi muito censurado, o que sustentou algo nobre e nada demagogo que foi a união das raças através de movimentos tais como o White Panthers - que colaborava com os Panteras Negras - um partido radical que lutava pelos direitos dos negros, na qual Sinclair, o pacífico professor universitário e manager da banda, foi ativista. Eles lançaram apenas 3 discos e acabaram em 1972 com Kramer ativo até os 52 anos e lançando uma coletânea (Babes in arms) no mercado com várias gravações importantes tais como a anti-capitalista Gold, American Ruse de 1970, Skunk, etc. Um belo disco para fanáticos.

Rob Tyner morreu em 1991 de colapso cardíaco aos 47 anos. Fred Sonic Smith, três anos depois. Ele foi casado com outra inspiradora da cena punk, Patti Smith, para quem co-produziu e co-assinou o disco Dream of life, de 1988. O sobrevivente Kramer, que chegou a ser preso como traficante de cocaína, teve seu disco solo Citizen Wayne lançado em 1998.

" Usaremos armas se preciso for." disse um dia John Sinclair, membro da banda, em 1969. Naquele mesmo ano, ele foi preso por 10 anos. Os adoradores mais ferrenhos do MC5 acabaram sendo as bandas posteriores, muito mais do que as pessoas normais que curtíssem o rock.

http://www.mediafire.com/?brirx9gdnji
Kick out the jams

http://www.mediafire.com/?m8nwztc3j7m
Back USA

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