De todas as definições frustradas
e tentativas falhas de descrever o orgasmo, acredito que os franceses tenham se
aproximado mais – em francês, orgasmo é chamado de “La petit mort“, a pequena
morte. Acho genial a forma como eles conseguiram descrever um turbilhão de sensações
em três palavrinhas. O orgasmo realmente é uma forma de nos aproximarmos da
morte, porque ele desconecta nosso lado racional e deixa sem escolha – ali,
perdemos todo o controle.
Momentos antes de chegarmos ao
ápice, todas as células do nosso corpo trabalham em prol do orgasmo. É como se,
de repente, nosso corpo precisasse daquilo, tanto quanto precisamos de comida
ou de água. Naquele momento, nada mais importa. Nossa temperatura corporal
aumenta consideravelmente – mesmo se estivermos em uma posição mais passiva e
sem esforços físicos, como ao receber um sexo oral. Você sempre sabe quando ele
se aproxima. Coração dispara. Gemidos vão sendo emitidos organicamente. É seu
corpo falando de dentro pra fora. Você só quer continuar. Toda a energia do seu
corpo se concentra agora nessa função. Você só quer continuar. Até que, em um
momento, todas as sensações antes descritas se intensificam. Uma onda de
energia percorre seu corpo, que parece latejar com completo. Por alguns
segundos, não há nada que possamos fazer além de gozar. Se entregar, não é mais
uma opção. Você já está entregue.
Esses segundos no qual nos
aproximamos da morte – já que perdemos totalmente o controle dos nossos seres –
movimenta a humanidade. Uma vez sentido, todos vão em busca de mais dessa
sensação que talvez seja um dos maiores prazeres físicos que se pode
experimentar. Marquês de Sade já dizia que “não há melhor maneira de se
familiarizar com a morte do que associá-la a uma ideia libertina.” Se for
assim, que nos aproximemos muitas vezes da morte.
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