La pelos idos de 1976 , a centelha que desencadearia o que conhecemos como rock gaucho nasceu no disco estação elétrica da banda Bixo Da Seda , o disco em questão cantado totalmente em portugues, traz um rock progressivo com alto nivel tecnico, mesclado a influencias do rock'n roll básico ( e nesse rock básico que encontra-se a chave do que viria depois a se conhecer como o rok sulista ). O exato momento do nascimento é a musica que da o nome a banda , rockão com letra anos luz do que se escrevia na época.
Bicho da seda, me deixa enrolar
Toda essa gente que me olha, sem me enxergarBicho da seda, quero voar com você
Dentro dessa gente maneira, que consegue ver
Não dizendo nada demais
Não dizendo nada demais, yeeeh
Bicho da seda, quero voar com você
Dentro dessa gente maneira, que consegue ver
Não dizendo nada demais
Não dizendo nada demais, yeeeh
Estação Elétrica ( 1976 )
Biografia
Os anos 70 estavam começando. O
sonho tinha acabado, os Beatles já não existiam mais. No outro lado do
Atlântico, a "América" perdia seus três maiores ícones: Hendrix,
Janis Joplin e Jim Morrison. Como no inicio da década passada, o rock se reciclava
através das bandas inglesas. O estilo já tinha se consolidado como um movimento
social, uma arma nas lutas da juventude.
Nesse contexto, mais precisamente
no ano de 73, um guitarrista porto-alegrense chamado Zé Vicente Brizola (filho
de quem você está pensando) tem a brilhante idéia de formar uma banda de rock,
convidando seu amigo Mimi Lessa, considerado na época um dos melhores
guitarristas do país. Mimi estava voltando do Rio onde fez sucesso com o
Liverpool, banda em que também tocava seu irmão Marcos (baixo), e seu primo
Edinho Espíndola (bateria). Os dois acabam por entrar no projeto, que tem sua
formação "quase finalizada", com o ingresso de um experiente
tecladista do cenário da capital: Cláudio Vera-Cruz.
Influenciados basicamente pelo
rock progressivo de bandas como Yes, Pink Floyd, King Crimson, Jethro Tull e
Focus, juntamente com o Rock`N Roll básico dos Rolling Stones, faltava ao
quinteto um nome. E este surgiu da forma mais inusitada: enquanto enrolavam um
baseado, pensam na utilidade daquele papelzinho quase transparente, a seda.
Aqui surgia a maior banda de rock do Rio Grande do Sul, o Bixo da Seda.
Sem contar com um
"frontman", acabam por dividir os vocais entre os integrantes do
grupo, fato que acabaria quando convidam mais um ex-Liverpool, o maluco beleza
Fughetti Luz, para ingressar na banda. Fughetti era talvez, a melhor definição
para o termo Hippie. Logo na sua infância teve uma paralisia infantil, que
deixou seqüelas irreversíveis em suas pernas, fato que dava um ingrediente a
mais as suas performances. No começo da década, com o fim do Liverpool, foge da
repressão militar exilando-se no Velho Mundo, sem ao menos falar uma língua que
não fosse o bom e velho português. Fica lá por pouco tempo, sendo
"convidado a se retirar" pelas autoridades européias.
De formação nova o Bixo parte
para o Rio, deixando no caminho Zé Vicente Brizola e Cláudio Vera-Cruz, sendo
este último, substituído pelo ex-Bolha Renato Ladeira. No centro do país fazem
diversos shows pelos festivais da época, dividem o palco com as grandes bandas
dos anos 70, ganham o reconhecimento da mídia especializada e são contratados
para gravar seu primeiro e único registro.
O LP Estação Elétrica, de 76,
acaba por não mostrar o que era realmente o Bixo ao vivo. Toda energia que
marcava o grupo no palco, não foi transmitida para o CD. Mesmo assim, contém
grandes obras como Um Abraço em
Brian Jones, em homenagem ao ex-Stones, as lindas baladas
Vênus e Já Brilhou, e seu hino Bixo da Seda, com os famosos versos: Bixo, dá a
seda, me deixa enrolar. A grande qualidade técnica dos músicos, as harmonias um
tanto rebuscadas para uma banda de rock, e seus compassos totalmente fora dos
padrões, características marcantes da banda, podem ser ouvidas em todas as
músicas. Relançado no final do ano passado em CD, trata-se de um disco clássico
do rock nacional.
A banda ainda durou mais três
anos, até que Mimi, Marcos e Edinho entram para a banda de apoio das
Frenéticas. Era o Fim do Bixo, o grande pilar Rock Gaúcho, referenciada por
todas as gerações posteriores.
Hoje, os irmãos Mimi e Marcos
vivem no centro país, participando de inúmeros projetos musicais. Edinho é um
dos bateristas mais requisitados do Brasil, tocando atualmente na Fu Wang Foo.
Fughetti "apadrinhou" na década de 80 diversas bandas, entre elas a
Bandaliera, para qual compunha várias músicas, e o Taranatiriça. Lançou ainda
dois discos solos e mora no interior do Estado.
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