O artista descolado
Embrulha a mesmice
como nova tendência
cria um conceito
e vende a idéia ao mercado
Um pouco de polêmica
Rebeldia calculada,
Coreografia e um clip bem produzido
e a mesmice alcança o status
De genialidade, uma ode ao passado
A crítica tendenciosa e
especializada
Elogia sem entender absolutamente
nada
Ou sequer ter escutado,
Tráfico de influência, troca de
favores
E a mesmice já é o disco mais tocado
Os cadernos culturais
Publicam reportagens especiais
A elite cultural abraça a nova ordem
Playbacks em programas dominicais
Agenda cheia, e o cachê sobe cada
vez mais
Mas a mesmice tem prazo de validade
O “artista” descolado lança um novo
trabalho
Mais maduro, segundo ele... repleto
de bobagens
Reclama da crítica, acredita na
própria mentira
Mas o sucesso era de plástico
Um disco ao vivo, um acústico, uma
coletânea
Ele tenta salvar a carreira
Em poucos anos, será esquecido
Culpa as drogas e os remédios
Abandonado pelos amigos
Mas ele enxerga a luz
Renega o passado, e mesmo
Sendo patético
O artista descolado
Torna-se um artista evangélico
Mas ele sabe que é mais importante
Ter do que ser ,
Agora ele é um profissional, não um
amador
E se tudo der errado
Ele ainda pode ser político ou
pastor
Nenhum comentário:
Postar um comentário